Fechado para reforma

Podem considerar clichê, mas digo-vos que me sinto diferente em 2012.

Por favor, não venham desabafar suas lamurias pra mim, não me peçam conselhos. Não,  esse ano não, porque não serei a melhor ouvinte. Esse ano serei a que chora, a que desabafa, a que precisa de um ombro amigo nas horas de angústia.

O castelo desmoronou, o muro se desfez e descobri que não sou lá tão forte assim. Que as coisas exteriores me afetam, que os problemas dos outros se tornam os meus problemas também e que ando perdida no mundo esperando uma ótima conversa sensata para me fazer voltar ao rumo certo do meu caminho.

Pensei que seria cética o suficiente para ver meu pai na UTI e no mínimo não chorar na frente dele. Mas não, eu fraquejei. Pensei que seria mais compreensiva com os problemas repetitivos dos outros, só que estou mais sem paciência do que nunca. Pensei que não cometeria os mesmos erros de sempre, entretanto, me pego errando da mesma forma. E isso me deprime, me diminui, me torna descrente.

Percebo que adquiri empatia com problemas amorosos. Passo a acreditar que deve doer mesmo amar alguém, e que é um fenômeno do universo você ser correspondido. E devo confessar que sinto certo prazer em ver as dificuldades do próximo em relação a isso. É cômico escutar os desabafos, e é algo que me faz feliz.  Então, sobre isso podem conversar comigo, mesmo eu não tendo lá muita coisa para acrescentar.

Só peço caros amigos, um momento de compreensão. Não ando muito animada para comentar nas publicações engraçadíssimas do Facebook, estou meio perdida nos tweets que alfinetam e não estou tão entusiasmada para fazer comentários profundos no blog de vocês.

Digo também que estou tentando melhorar essa minha necessidade de ser tão sincera. Compreendo agora que existem coisas que não precisam ser ditas.

Por enquanto, permaneço em constante reforma.  Quando a unidade estiver pronta e os trabalhos forem concluídos, entrarei em contato.

Obrigada.