Aliás, isso SEMPRE acontece comigo.
Vou contar um segredo para você, meu caro leitor. Minhas inspirações sempre provêm dos meus banhos diurnos e noturnos.
Estou cantando loucamente, quando de repente, PAH!, tenho uma ideia pra escrever aqui no blog. Eu já começo a cantarolar o conteúdo, rimar as frases, fazer um rap com a trecho final.
Entre o shampoo e o condicionador, consigo visualizar a foto que vai ilustrar o projeto central. Meu banho fica mais animado, mais criativo, é puro entusiasmo.
Só que tudo isso é mera ilusão, porque quando passo do box para o tapetinho, tudo o que eu havia pensado no meu "templo sagrado", some. É isso mesmo, desaparece junto com o vapor. Assim, puff!
Fico desolada. Começo a achar que estou com memória fraca, que todo aquele estopim de 15 minutos não existiu, foi uma alucinação, um momento de insanidade.
Encaro o espelho, pressiono a mim mesma para achar o fio que se perdeu no emaranhado das criações. Bato a cabeça no azuleijo, ligo e desligo a torneira da pia, uso minha escova para tocar uma bateria imaginária, mas nada disso adianta. Minha criatividade foi para o ralo, junto com a espuma do shampoo.
Da próxima vez, substituo a caneta pelo batom vermelho e o papel pelas paredes. Só assim não corro o risco de ser dada como esquecida.
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